O ciclo menstrual afeta quase todas as áreas da vida de uma mulher, e com a libido não seria diferente
Você já deve ter escutado que, em um mês, existem várias versões de uma mulher. Tem dias que você acorda iluminada, com a pele ótima, se sentindo desejada e dona de si. Em outros, inchada, irritada e cansada. Isso acontece por que há uma grande variedade de hormônios no ciclo menstrual. E o que eles têm a ver com nos sentirmos prontas para o sexo (ou o contrário)?
Entender o ciclo menstrual e como ele afeta a libido não é fácil. Para isso, a Pouca Vergonha conversou com a ginecologista e sexóloga Kássia Rita Lorenceti, de Brasília, e o ginecologista e obstetra Raphael Alevato do Hospital e Maternidade Santa Lúcia, no Rio de Janeiro.
Segundo os profissionais, a resposta sexual feminina é bastante individualizada e complexa. Por isso, antes de entender o ciclo menstrual, vamos compreender sobre os hormônios presentes durante o ciclo:
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Estrogênio: hormônio produzido por um folículo no ovário, atua no preparo da mulher para uma gestação no ciclo ovulatório — o período fértil.
Testosterona: é um hormônio sexual cuja principal função é o aumento do desejo sexual, favorecendo o período de reprodução.
Hormônio folículo estimulante (FSH): hormônio produzido durante o período menstrual, estimula a secreção de estrogênio, responsável pelo desenvolvimento e maturação dos folículos ovarianos.
Progesterona: é um hormônio sexual feminino essencial para preparar o organismo para uma gestação.
Hormônio luteinizante (LH): produzido no cérebro, ele é o responsável por iniciar o amadurecimento dos folículos e todo o processo de ovulação.
Agora, entenda como esses hormônios influenciam o ciclo menstrual e a libido:
“Ao longo do ciclo menstrual, temos aumentos e reduções de hormônios. No período menstrual, estamos com os hormônios mais baixos, especialmente a progesterona”, explica a ginecologista Kássia Rita.
A profissional destaca que, pouco antes da ovulação, com a ação dos hormônios, especialmente do FSH e do LH, que estimulam o crescimento e liberação do óvulo, ocorre também a produção de estrogênio e testosterona pelo ovário.
“Simplificando, a progesterona é o hormônio da TPM e da gravidez. Com ele, a mulher fica inchada, mais cansada, menos disposta para a sexualidade. Quando a progesterona está baixa, temos mais disposição para a relação, especialmente se estrogênio e testosterona estiverem mais altos, estamos mais lubrificadas, e com seios menos sensíveis, menos inchados, menos oscilação de humor”, esclarece Kássia.
ENTENDA TODAS AS FASES DO CICLO MENSTRUAL
Fotos: Reprodução
Fase menstrual
Para libido, normalmente da fase menstrual, é oito ou 80: tem mulheres que estão totalmente com tesão e outras na vibe “não me toque”.
“Normalmente, durante a fase de sangramento do período menstrual, não há uma busca por relação sexual. Alguns fatores biológicos que podem estar associados são o término do período de síndrome pré-menstrual que algumas mulheres vivenciam, redução dos níveis de progesterona e a maior predominância relativa da estrona (outro tipo de estrogênio produzido pela mulher) e da testosterona”, destaca Raphael.
Fase folicular
A fase folicular vem depois da menstruação, quando os hormônios do estrogênio e testosterona começam a subir. Neste período, é comum as mulheres se sentirem mais confiantes, animais e excitadas.
Fase ovulatória
“Próximo à ovulação, no período denominado como fértil, os níveis desse hormônio encontram-se os mais elevados, podendo favorecer a busca feminina com aumento da libido, por maior chance de fecundação. Então, usualmente, é durante esse período que a mulher se encontra mais receptiva ao ato sexual, uma resposta evolutiva para maximizar a exposição no período de maior chance de fecundação”, explica Raphael.
O profissional ainda acrescenta que “durante o período fértil, algumas alterações podem ser percebidas no corpo da mulher, como uma maior fluidez dos líquidos vaginais, uma maior irrigação da vulva e clitóris, e uma maior excitação dos mamilos, favorecendo a busca por relação sexual”.
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Já na fase lútea, a progesterona aumenta e chega a um pico, que diminui significativamente quando o corpo percebe que não ocorreu a gravidez. “Não ocorrendo gravidez, há a regressão do corpo lúteo, e redução de estrogênios e progesterona, resultando em uma nova menstruação e reinício do ciclo”, comenta o ginecologista.
Fonte: Metrópoles